(Vídeo Patrocinado) Dove câmera tímida: você parou de se achar bonita?

Quando você parou de se achar bonita? Quando aquela criança arisca, sorridente e exibida passou a ter vergonha de mostrar-se frente às câmeras? Leia, assista e reflita.

Amores, este artigo ultrapassa os limites de um publieditorial. Além dos objetivos comerciais, o vídeo Dove Câmera Tímida, irmão mais novo da série Retratos da Real Beleza, traz reflexões pertinentes:

– Em qual momento da vida exibir-se virou ato vergonhoso?
– Qual pedra no meio do caminho causou o tropeço à criança confiante, quem se levantou na pele deste adulto repleto de inseguranças?

Antes de irmos direto ao vídeo, pensemos um pouco. Creio que a partir da Fase do Espelho podemos traçar uma boa linha de raciocínio. Parece complicado, mas ao final tudo se esclarece. Venham comigo…

Quando você parou de se achar bonita? – A Fase do Espelho e a Fase do Medo

Grosso modo, Lacan conceituou a fase do espelho como primordial para a formação do ego, sua função é de estabelecer uma relação do organismo com sua realidade (Lacan, 1949). Ou seja, a partir desta fase a criança distingue-se do Outro e do Todo, formando assim as noções prévias de individualidade.

Claramente percebemos a fascinação de um bebê acarretada pelo próprio reflexo no espelho. É o deslumbramento de quem está aprendendo a reconhecer o mundo que lhe cerca e, principalmente, criando a consciência de si mesmo.

Entretanto, antes do objeto literal, o primeiro espelho da nossa vida se dá na face da mãe. O olhar da mãe constrói as noções primárias acerca de nós mesmos. Com o passar dos anos, espelhar-se em outra face continua enraizado na psiquê, mas não somente na face da mãe. Tal projeção também passa a ocorrer perante ao Outro.

Quando a face alheia entra na brincadeira, desenvolvemos o que costumo chamar de “Fase do Medo”, pois não há como desvincularmos o Outro de conceitos como julgamento e crítica. Quem diz “não me importo com o que os outros dizem”, caso diga com real veracidade, não está correto nem errado. Apenas não se deu conta de que a fala está incompleta.

O homem é um ser social, sua constituição ocorre socialmente e ser socialmente aceito (bom, ao menos em grande parte das situações) é requisito de sobrevivência. Há sim como fazer com que o julgamento social não seja empecilho para nossas vidas (aliás, este é o objetivo maior!), mas não podemos negar a atenção doada ao grupo. Seja para negar ou não se importar, é preciso previamente tê-lo em ciência. E assim vivemos, se ao confronto se chama viver/ unidos, impossibilitados de desligamento/ acomodados, adversos/ roídos de infernal curiosidade – registrou Carlito no intencionalmente intitulado O Outro.

Pegando o embalo das citações (confesso, há uma nerd por trás das dicas de beleza), no conto O Alph, Jorge Luis Borges escreveu: “(…) vi intermináveis olhos imediatos perscrutando-se em mim como num espelho, vi todos os espelhos do planeta e nenhum me refletiu, (…)”. Lindo conto, lindo trecho, o qual exemplifica a seguinte relação: Concomitantemente à necessidade de nos espelharmos no alheio para construirmos nossa própria imagem, também temos a sensação de não adequação.

Apesar da procura, sempre sentimos não enquadrar nenhum modelo pré-existente. De fato, ninguém se encaixa planamente (nem deve!), mas levar esta sensação ao lado negativo acarreta excesso de autocrítica o que, por sua vez, transforma-se em falta de autoconfiança. Afinal, convenhamos, ninguém está imune aos olhos julgadores de um senso crítico estreito.

Quando você parou de se achar bonita? – A Fase do Medo e o Medo de Câmeras

Quando você parou de se achar bonita?

Ilustração de Fábio Birous – Designer, ilustrador, webmaster e sócio do Acorda, Bonita!.

Okay, falamos do espelho literal e do espelhar-se no outro. Suponho que nesta altura do texto algumas de vocês estão se perguntando “Mas o que a câmera tem a ver com isso?”. Meninas, ao longo de nossa vida a câmera transmuta-se num objeto simbólico. Ela passa a ser análoga ao espelho, porém com um peso ainda maior. A câmera eterniza nosso reflexo, leva-o aos olhos alheios e, por conseqüência, coloca-nos numa posição eterna de passividade perante aos julgamentos.

E o que os julgamentos têm de tão forte para nos causar tanto medo? Em tese: nada. Todo julgamento só é válido quando nós mesmos o dotamos de valor. Tal valor se encontra enraizado no medo. Um medo irracional de mostrar-se e ser ignorado, humilhado ou simplesmente criticado. Um medo que nasce da auto-avaliação, auto-consciência e auto-preocupação excessivas.

Ilustremos novamente com a alteridade de Drummond:
“- COMO DIZ O OUTRO …
Que outro? E desde quando ele se chama Outro? Estranho nome, este, que não identifica, não responsabiliza, não consta de nenhum registro civil (…).
Depois, não é só um Outro. São muitos, são vagos, são indefinidos: os Outros. Que é que os outros vão dizer? Mas os outros nunca dizem nada, apenas se receia que eles digam alguma coisa desabonadora ou cruel. Quem costuma dizer, e é antes abonador, é o Outro. Mas abona escondido, sopra ou insinua a sentença oportuna, para que ela corra mundo sem que o Outro, pessoalmente, se comprometa. O Outro tem medo?
(…) Senhor poderoso e incógnito, que manda seus súditos semearem pelo mundo aquilo que convém ser semeado, visando a determinadas colheitas – de quê? Só o Outro sabe.
(…)
A frase correta seria:
– Como não diz o outro.”

Quem tem medo de fotografia?

Quando associamos o ato de ser fotografado ou filmado com vergonha, angústia e constrangimento, por certo faremos de tudo para evitá-los. Entre o tanto, devemos ter em mente que isto vai além do que aparenta.

Medo de câmeras não é a causa em si, é a conseqüência (reflexo) de questões anteriores – as quais abarcam fraca auto-imagem, baixa auto-estima, distúrbios de personalidade, etc. – e podem gerar patologias severas como transtornos alimentares, depressão, manias e fobias.

Caso você partilhe deste problema, primeiramente procure compreender e assumir sua existência.

Não darei conselhos de auto-ajuda, livros com este tema brotam mais do que chuchu na cerca. Se eles realmente funcionassem, não haveria tantos neuróticos no mudo e o mundo seria um lugar muito chato de se viver! Afinal, assim como podem paralisar, nossas “neuras” têm o poder de nos mover. Decida qual efeito você tomará como seu e mãos à obra! (tá bom, leve o tempo que precisar… sei que há um grande percurso entre assumir e decidir. Mas o 1º passo deve ser dado!)

Reflexões dadas. Agora sim podemos partir para o vídeo com discernimento:

Dove Câmera Tímida – Retratos da Real Beleza

E você, parou de se sentir bonita? Sai correndo, se tranca no banheiro ou se esconde debaixo da mesa toda vez que aparece uma câmera? Quer ler mais artigos sobre este tema aqui no AB? Conte-nos!

Acompanhe a conversa: #revelesuabeleza no twitter ou na fanpage da Dove.

Beijos Mil.
Karina Viega
karinaviega@acordabonita.com
www.facebook.com/acordabonita

 

*Este é um Publieditorial, patrocinado pela Dove, com conteúdo pesquisado e composto pelos editores do Acorda, Bonita!.
Nosso espaço tem preço. Nosso senso crítico não.

13 thoughts on “(Vídeo Patrocinado) Dove câmera tímida: você parou de se achar bonita?

  1. Amiga, adorei seu texto. Ainda to tentando ver o video rsrsrs
    Minha net me ama, sabe?
    Olha, realmente todos nos fazemos de espelho o olhar do outro. Afinal, ninguem quer ser anormal. Mesmo q se diga q nao, como vc disse o ser humano eh um ser social e sempre precisa se sentir aceito e amado. O problema eh qdo isso se distorce e sentir aceito pelos outros se torna uma obsessao.
    Crianças q convivem c criticas podem passar por isso. Mas adultos(pais principalmente) acham q talvez criticando a criança possa “acordar”. Isso nao existe.
    Eu sempre fui exibida ne rsrs entao adoro uma fotografia. Tentemos nao ter vergonha, somos mto mais do q nossa aparencia. Ela eh apenas uma pequena parte do ser humano cheio de historias p contar q somos.
    Acredita q o video ainda nao carregou?? :/ o dia ainda ta começando, ne?… rsrsrs

    • Minha linda, sabia que você iria gostar! ^.~
      Isto é verdade, ao lidar com crianças, principalmente no período de formação da personalidade (+ -7 anos), os pais devem tomar muito cuidado… Este tipo de atitude é muito comum, uma pena, pois há tanta informação disponível sobre isso…

      rsrs, sempre fui muuuuito exibida também, mas nos últimos anos isto tem mudado 🙁

      Concordo contigo, creio que fotos eternizam o momento… mesmo quando a gente “foge”, olhar paras as fotos do dia que tentamos fugir é uma delícia…

      Beijos Mil.

      • Ate q enfim li sua resposta rs
        Nao mude seu jeito exibido, ta? Rsrs serio… Vc eh linda tanto por dentro qto por fora. E se nao fosse por fora, aparencia passa e o q sobra eh nossa sabedoria perante a vida.
        Te amo e vc sabe!
        E a partir de hoje quer vc ultra mega blaster exibida, okayyy?? Rsrs
        :*

  2. Pus” kd” pq o comentario sumiu!
    Acho q ele ta aqui rs
    Vi o video!! Achei tao bonitinho *.*
    Viu como as crianças se exibem c toda naturalidade? Sejamos como elas!

    • rsrs, sumiu não, amor… foi para a fila de aprovação… rsrs
      Ahhh, o vídeo é lindo mesmo!
      Amo esta naturalidade das crianças…
      <3

    • Erikinha, amor, obrigada!
      Sim… muito se deve aos patrões impostos pelo “Outro”…
      Dica anotada, flor!
      Irei procurar o livro ^.~
      Beijos Mil

  3. Karine, to bege: seu texto está incrível!
    Para quem entendeu e olhou para si, com certeza o vídeo emocionou muito.
    Continue sim com textos dessa profundidade, porque beleza mesmo vem de dentro.
    As dicas são muitas para fora, mas acaba sempre sendo nós mesmas que escolhemos qual queremos aplicar, e a escolha sempre tem um “fundo bem profundo”!

    • Joana, obrigada mesmo!!!
      Fico tão feliz com comentários como o seu.
      Significam que o que tentamos fazer no e do AB está dando certo 😀
      verdade, o conceito de beleza vai além daquilo que o espelho nos mostra!
      Beijos mil.

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